American Horror Story: Cult 7x10 – Charles (Manson) in Charge


“A night of a thousand Tates”
Percebo que esse episódio, assim como a temporada como um todo, gera controvérsias. Eu, no entanto, estou quase que a Glória Pires, e “não sou capaz de opinar”. Acontece que, de um modo geral, eu gostei bastante de “Cult”. Claro, não chega ao nível das minhas temporadas favoritas, mas é melhor que “Hotel” e “Freak Show”, por exemplo. No entanto, “Charles (Manson) in Charge” foi, para mim, o episódio mais fraco da temporada. Sim, o Evan Peters está dando um show de interpretação nesse sétimo ano de “American Horror Story”, mas o episódio não parecem fazer muito sentido, eu juro que fiquei confuso e quase não entendi nada. Esperando o Season Finale com algumas respostas e surpresas, para ver como nós terminamos esse ano. Despedimo-nos, nesse episódio, de Winter, e eu acho, como muita gente, que foi uma personagem mal aproveitada.
Voltamos ao Debate Final antes das eleições de 2016, quando “todo mundo” estava muito certo de que Hillary venceria as eleições, e Kai colocava suas garrinhas de fora, mas ainda era um m*rda. O seu surto que acaba com um tapa na cara da amiga de Winter só prova o quanto Kai e os seguidores de Trump são doentios. E ele acaba fazendo terapia para “controle de raiva” com Bebe, e é ela quem diz-lhe coisas como “Have you ever considered politics?” Então Kai se tornou o que conhecemos hoje por causa de Bebe, que o manipulou para que ele provocasse a raiva das mulheres. Foi estranho acompanhar esse episódio e ver o personagem de Kai Anderson se desconstruindo. Ele sempre foi desprezível e um monstro, mas sempre demonstrou um intelecto apurado que agora, sem mais nem menos, é totalmente desfeito quando ele se mostra mais vulnerável.
Em um comício seu, já de volta ao presente, uma revolta se forma com gritos de “No Nazi! No KKK! No fascist USA!”, enquanto Kai diz suas atrocidades a plenos pulmões, e o evento se torna um pandemônio. Ali a imagem de Kai começou a se destruir, quando tiraram os cabos das caixas de som, quando jogaram bexigas de xixi no palco e gás lacrimogênio no rosto de Kai. São possíveis apoiadores de Herbert Jackson, o senador que desconsidera Kai como uma “oponência” em TV nacional, e tudo é intenso, ainda comparado a eventos da década de 1960, quando Charles Manson incitou mortes e um terrível massacre que, no fim, não levou a nenhum sucesso, porque ele queria causar uma guerra entre raças, e foi mal sucedido. Kai vai tentar fazê-lo agora, mas “mais grandioso”, com a dita “night of a Thousand Tates”. Mostrar brutalidade, promover o caos e chegar à presidência.
No entanto, Kai agora só parece neurótico. Surtado. A cena com Gary foi forte e doentia, e mostra a instabilidade humana e a capacidade dele de “se entregar” para um ritual que o mata brutamente, para ser usado como símbolo e exposto com uma mensagem de “STOP THE SLAUGHTER”, para que Kai Anderson possa dar entrevista à TV e dizer que foram os apoiadores do Senador Jackson que o fizeram e tudo o mais… finalmente, a ideia do episódio é promover a consciência de que “Kai perdeu o juízo de vez”. Ele surtou. Paranoico, ele caça um espião em seu Culto, fala dos “feds”, de um “agente duplo”, e parece bem perdido mesmo. A cena com Vincent foi incrível, a maquiagem de zumbi estava angustiante, mas então Kai passou a ser controlado pelo “fantasma” de Charles Manson, uma segunda alucinação para matar a primeira alucinação.
E É UMA LOUCURA.
Por isso tudo foi ficando confuso demais. Quando Bebe aparece e ela e Kai discutem, nós percebemos o quanto ela estava por trás das ações de Kai, e o quanto não estava também. O quanto despreza Kai por fugir de seu plano, que era apenas incitar a fúria feminina, como a última seguidora de Valerie Solanas viva, mas então ele saiu de controle, quis o poder a si, não achava as mulheres dignas e capazes de tê-lo… foi um discurso machista incentivado por Charles Manson, e interrompido por Ally quando ela atira em Bebe e conquista, de fato, a confiança de Kai Anderson. Até Charles Manson apoia a ideia de que “ela não pode ser a espiã”, embora seja. Eu confesso que estava duvidando dessa questão toda de “espionagem”, achando que podia ser toda uma paranoia de Kai, mas realmente ele tinha motivos para acreditar nisso, com a evolução da personagem de Ally.
Afinal, agora é a vez dela de jogar.
Mas um destaque do episódio foi Kai versus Winter. Aquela cena em que ela corta seu cabelo e faz a sua barba foi angustiante. Consegui senti a tensão do começo ao fim, em um suspense eletrizante. Havia muita coisa não dita, muita ameaça. Infelizmente, Winter morre de forma simples e rápida, com o surto de Kai atingindo o máximo e culpando-a como a espiã. Todo um jogo de Ally contra Winter, mais ou menos como o que Winter fez contra Beverly, mas dessa vez por vingança por ela ter ficado com Ivy. Antes de morrer, Winter alerta Kai para o fato de que Ally está “incentivando a sua paranoia”, mas ele não parece escutar. Apenas a mata, e não é tão frio quanto outrora. Gritando e chorando, Kai mata Winter em outro show de interpretação de Evan Peters, definitivamente a melhor coisa dessa temporada. O final, intrigante, nos mostra Speedwagon, o “espião”, tentando escapar.
E Ally está com ele. É todo um jogo.
“Hello, Speedwagon”
Vamos ver o que isso significa…

Para mais postagens de American Horror Story, clique aqui.


Comentários